sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Início de manhã


A claridade que bate em meus olhos, eu odeio. Saber que mais um dia amanheceu e que tem pessoas e obrigações esperando lá fora faz eu dar um forte suspiro, virar para o lado e sentir uma dor forte no estômago que faz com que eu me encolha fetalmente abraçando meus joelhos com força. O relógio faz a questão de me lembrar que não posso ficar ali por muito tempo, mas minhas forças não colaboram com o que tenho a fazer. Fecho os olhos e penso estar em um sonho, mas as luzes que se acendem pela casa mostra que é realidade, infelizmente. Suspiro mais uma vez e olho o espelho esperando não enxergar minha face que mais lembrava um defunto. Porém, o que vejo é mais horripilante que o esperado. Olhos fundos sem cor e sem vida, nariz inchado de tanto chorar na madrugada anterior, bochechas amassadas contra o travesseiro e cabelo pior que palha de vassoura. Vestindo um trapo ainda por cima - penso, tirando a roupa ridícula que usei para dormir. Visto algo um pouco melhor e mais decente e torno novamente a olhar meu reflexo no espelho. Tento passar uma maquiagem para corrigir os erros da cara mas nem vontade eu tenho. Passo um lápis de olho de qualquer jeito na parte inferior que é para mostrar que havia olhos entre aquelas crateras pretas arroxeadas. Dou uma leve ajeitada no cabelo com a mão mesmo e sem paciência saio do quarto com pressa. Ao vestir os tênis e sair pela porta da frente de casa, a luz do sol bate com força contra meu rosto e instantaneamente tonteio e firmo os as pálpebras com força. Suspiro calmamente e penso que um dia isso vai mudar. E fecho a porta com raiva.

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'Obrigada pela paciência...